Nos dias de peregrinação a Comunidade pode viver um pouco do Céu. A chegada da Cruz e do Ícone, na BR, em Chã Grande, foi um momento muito profundo, fiquei imaginando: Quantos jovens já tocaram aqueles símbolos? Quantos milagres? Quantas graças? É tudo muito grande! E naquela hora, éramos nós, a Comunidade Lumen, a tocar e carregar a Cruz e o Ícone. Não conseguia parar de agradecer e pedir para que Jesus me ajudasse a ser fiel a Ele. Subindo para chegar ao Mosteiro, com o caminho todo escuro eu só queria ir mais rápido para ver e sentir mais de perto a Luz. Aos pés da Cruz, mais uma vez, eu pedia forças para ser fiel a minha vocação: Amar como Jesus.
Noite mal dormida, sem tomar banho a mais de 24hrs, o cansaço físico era grande, mas o que aconteceu? Estávamos tendo nossa alma preenchida o tempo todo e isto falou mais alto, nos dando forças para continuar, com o sorriso no rosto e o coração repleto de Amor, aquilo era um pedaço do Céu! Ver a emoção das pessoas ao tocar na Cruz, a Unidade de toda a Igreja, a alegria de Dom Dino – que em momento algum deixou transparecer o cansaço e também por isso eu sentia ‘obrigação’, se assim posso dizer, de responder com muita Caridade todos os estímulos que eles nos enviava.
No presídio, ficou claro que Maria nunca nos abandona, a presença acolhedora de mãe, trouxe graça a TODOS, até mesmo aqueles que ninguém quer ver, para Maria, assim como para Igreja, todos são filhos e irmãos. O respeito e a devoção deles foi emocionante. As selas eram pequenas para muitos, não tinha ventilação nem muita higiene e nos estávamos reclamando porque dormiríamos por 2 dias num ônibus? Fiquei com vergonha de mim mesma depois de me dar conta disto.
Beatriz Moraes.