Testemunho de Beatriz Moraes

Nos dias de peregrinação a Comunidade pode viver um pouco do Céu. A chegada da Cruz e do Ícone, na BR, em Chã Grande, foi um momento muito profundo, fiquei imaginando: Quantos jovens já tocaram aqueles símbolos? Quantos milagres? Quantas graças? É tudo muito grande! E naquela hora, éramos nós, a Comunidade Lumen, a tocar e carregar a Cruz e o Ícone. Não conseguia parar de agradecer e pedir para que Jesus me ajudasse a ser fiel a Ele. Subindo para chegar ao Mosteiro, com o caminho todo escuro eu só queria ir mais rápido para ver e sentir mais de perto a Luz. Aos pés da Cruz, mais uma vez, eu pedia forças para ser fiel a minha vocação: Amar como Jesus.

Noite mal dormida, sem tomar banho a mais de 24hrs, o cansaço físico era grande, mas o que aconteceu? Estávamos tendo nossa alma preenchida o tempo todo e isto falou mais alto, nos dando forças para continuar, com o sorriso no rosto e o coração repleto de Amor, aquilo era um pedaço do Céu! Ver a emoção das pessoas ao tocar na Cruz, a Unidade de toda a Igreja, a alegria de Dom Dino – que em momento algum deixou transparecer o cansaço e também por isso eu sentia ‘obrigação’, se assim posso dizer, de responder com muita Caridade todos os estímulos que eles nos enviava.

No presídio, ficou claro que Maria nunca nos abandona, a presença acolhedora de mãe, trouxe graça a TODOS, até mesmo aqueles que ninguém quer ver, para Maria, assim como para Igreja, todos são filhos e irmãos. O respeito e a devoção deles foi emocionante. As selas eram pequenas para muitos, não tinha ventilação nem muita higiene e nos estávamos reclamando porque dormiríamos por 2 dias num ônibus? Fiquei com vergonha de mim mesma depois de me dar conta disto.

Beatriz Moraes.

Testemunho de Rodrigo Coutinho Suassuna

Tenho a sensação que o mundo vem “escurecendo” com o passar das gerações por falta de fé. Às vezes, sinto que essa escuridão é tão forte que tenho medo dela destruir toda luz que existe nos bons corações. Ao mesmo tempo que essa escuridão avança mundo afora, sinto que a humanidade se perde porque os homens têm feito as escolhas erradas. Hoje, infelizmente, grande parte dos jovens escolhe viver de coisas fúteis e se contenta com uma felicidade passageira e irreal.

Durante esses dias de peregrinação na Arquidiocese de Caruaru, a Cruz e o Ícone de Maria, arrodeados por multidões, renovaram corações e permitiram que a luz vencesse a escuridão por onde passamos. Enquanto carregava a cruz, meu cansaço físico me fazia lembrar o esforço que Jesus fazia para carregá-la sozinho, com uma coroa de espinhos, sendo humilhado e apanhando constantemente; me senti, por vezes, à beira da crucificação e, no silêncio do meu coração, disse sim à ela porque escolhi viver na Luz, anunciando o evangelho.

Durante as caminhadas entendi que preciso continuar carregando as verdadeiras cruzes desse mundo para que cegos voltem à ver, surdos à ouvir e coxos à andar. Não podemos mais perder tempo. Nos momentos de louvor, tive a certeza que a igreja está viva e pronta para reconquistar o mundo através do Amor de Cristo.

Para mim, foi uma alegria muito grande carregar os dois grandes símbolos da Jornada Mundial da Juventude, que, por onde, passam transformam tantas vidas e provam que Jesus é maior que tudo e todos. Foi uma experiência única, que será fonte de esperança, alegria e fé para o resto de minha vida.

Rodrigo Coutinho Suassuna